Folha das Economias: O que é exactamente o Facilities Maintenance?

Dirk Smeyers: O Facilities Maintenance (FM) ou Gestão de Instalações é uma vasta área de gestão centrada na prestação de serviços de apoio e processos para organizações ou empresas. A gestão de instalações é a coordenação dos bens e serviços da empresa; é um sector essencial que funciona de forma proactiva, para responder a todas as necessidades dos processos primários da empresa ou organização. As estimativas para o valor do mercado de gestão de instalações na Europa são de várias centenas de milhares de milhões de euros. Com as tendências actuais, este mercado deverá crescer anualmente 13,6% na próxima década.

Dependendo dos clientes e do número de rubricas a investigar, os orçamentos para a gestão dos custos com a gestão de instalações podem ir de vários milhares a vários milhões de euros.

FDE: O que abrange o FM?

D.S.: O FM inclui uma vasta gama de sub-categorias que podem ser divididas em dois grupos principais:

Espaço e infra-estrutura:

Local de trabalho
Manutenção operacional (ar condicionado, canalização, iluminação, coberturas, etc.)
Gestão de resíduos
Limpeza (instalações, janelas, etc.)
Elevadores
Controlo de pragas
Gestão do espaço: mobiliário, plantas, decoração, sinalética
Manutenção, reparações e operações de fábrica (MRO)

Pessoas e organização:

Segurança e saúde no local
Segurança e acesso
Recepção
Catering e hospitalidade
Vestuário de trabalho e lavandaria
TI
Logística

FDE: Qual foi a evolução?

D.S.: Durante anos, a Gestão de Instalações foi entregue a prestadores de serviços sem muita monitorização de activos ou dados. Esta escassez de dados significa, muitas vezes, excesso de dependência das empresas contratadas e falta de controlo de custos e critérios de serviço.

No entanto, o desenvolvimento da tecnologia digital – Indústria 4.0 – tornou mais acessível o uso de equipamentos inteligentes, possibilitando a monitorização e a avaliação do desempenho, destacando o impacto do FM na organização como um todo – com impacto na estratégia, operações, eficiência e resultados.

Por exemplo, há muitos contratos de serviço ou compromisso com resultados (produção) na limpeza de escritórios. Graças aos sensores de ocupação, agora é possível ajustar a limpeza de acordo com a ocupação real dos escritórios.

A vantagem é que a limpeza pode ser melhor orientada, o que resulta em grandes poupanças. Presentemente avançamos para os contratos de desempenho (resultado).

Esta tendência também é visível na área de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), quando o ar condicionado está ligado de acordo com a ocupação ou apenas de manhã à noite.

A aquisição no FM é vasta e complexa: apesar de uma tal variedade de rubricas de despesas gerais, os orçamentos FM são frequentemente apertados. Além disso, os responsáveis pelas compras não possuem um conhecimento aprofundado de cada rubrica de FM, nem uma compreensão abrangente dos riscos envolvidos na adjudicação e contratação – incluindo questões legais e de conformidade e saúde e segurança para funcionários, clientes e visitantes.

FDE: Em que é que se concentra normalmente?

D.S.: A minha especialidade está focada principalmente no “espaço e infra-estrutura”. Devido ao âmbito e à complexidade da GI, os nossos clientes deparam-se, muitas vezes, com problemas que precisam ser resolvidos caso a caso, e uma equipa de peritos da Expense Reduction Analysts une forças para obter as melhores soluções de poupança.

Com base na norma europeia EN15221, criamos uma estrutura orientada para o cliente que nos permite estabelecer uma estratégia global (insourcing/outsourcing).

Tal como já foi aqui referido, o FM facilita os processos primários da organização – pode ser feita internamente com colaboradores próprios ou com parceiros externos. A arte está em encontrar a fórmula que melhor preencha os requisitos do processo primário.

A minha área de especialização é identificar todos esses requisitos como um todo e fornecer as soluções adequadas, considerando todas as partes interessadas.

FDE: Como perspectiva o futuro do Facilities Management?

D.S.: Posso antever uma forte profissionalização do sector de FM. Existem cada vez mais cursos de formação nesta área, mesmo a nível universitário.

A nossa vantagem é termos sempre uma visão externa da empresa – que eles não podem ter internamente. Estando na vanguarda da revolução Indústria 4.0, podemos ajudar e orientar muitas empresas neste sentido e, ao mesmo tempo, gerar poupanças elevadas. O acompanhamento que oferecemos, absolutamente necessário no sector do FM, permite-nos construir relacionamentos a longo prazo com os nossos clientes.

Dirk Smeyers, engenheiro e antigo gerente técnico e director de operações em indústrias relacionadas com a construção e o ambiente de construção, é Partner da Expense Reduction Analysts desde o início de 2013. O foco principal do seu trabalho encontra-se em apresentar soluções concretas para a gestão de edifícios, fábricas e instalações. Nos últimos anos, Dirk implementou com sucesso várias dezenas de projectos nessas categorias, em grandes e médias empresas. Dirk usa a sua vasta experiência e sólidos conhecimentos para ajudar os seus clientes a desenvolverem os seus negócios e a alcançarem poupanças além das suas expectativas.